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quarta-feira, 5 de agosto de 2009

ovo pelado

Do que você precisa:

  • 1 vidro com tampa
  • 1 ovo cru
  • 1 garrafa de vinagre branco


Como fazer:

1. Coloque o ovo dentro do vidro, com cuidado para não trincar a casca.

2. Adicione o vinagre, devagar, até cobrir todo o ovo.

3. Tampe o vidro e observe que aparecem várias bolhas na superfície do ovo! Parece até que está efervescendo.

4. Depois de 2 horas, troque o vinagre do frasco. Para isso, retire o ovo com cuidado usando uma colher de sopa. Não tem problema de segurar o ovo com seu dedo quando for jogar o vinagre fora, mas lave a mão depois disso. Retorne o ovo ao frasco e coloque um novo vinagre, cobrindo o ovo.

Aguarde alguns dias e você terá um ovo sem a casca, ou seja, um "ovo pelado". Se colocar o frasco contra a luz, você poderá ver a gema que está dentro desse ovo.

O que está acontecendo?

O que você viu acontecendo foi uma reação química em que houve liberação de um gás (as bolhas que saiam da casca).

O vinagre contém ácido acético em sua composição e esse ácido reage com um composto chamado carbonato de cálcio que é responsável pela formação da casca do ovo.

As bolhas que se formam durante a reaçã é do gás carbônico (ou dióxido de carbono) que, em química, é representado por CO2.

Esta experiência está descrita em vários sites e existe até mesmo no site do Exploratorium. As fotos abaixo são de lá! Veja uma sugestão bem legal deles na experiência "Teste a osmose com o ovo pelado".

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Depoimento de uma pessoa com porfíria


El mal se presentó a los seis meses y se quedó para quedarse. Crece despacio, con virulencia, y de vez en cuando golpea crudo. La industria farmacéutica no da respuestas. Pero ella las busca igual. Preside una asociación de discapacitados, trabaja de administrativa en una compañía de seguros y ama las cosas pequeñas de existir. Se llama Fide Mirón, una mujer completa. Esta lección de vida es gratis. Tiene arrestos de sobra, pero esta historia comienza con un empujón. Se lo dio un médico del Hospital 12 de Octubre: "Sal y que te vean, porque no creen que existas". Así que aquí tienen a Fide con la única misión de evidenciar que existe, que la medicina no venga luego diciendo que Fide no es. Así que aquí tienen a Fide siendo, que no espera un reportaje de esos que hacen llorar con musiquita de fondo. Que espera que le aguanten la mirada y conozcan, sólo conozcan. "Sal, porque no creen que existas"... Existe, vaya que existe. Desde hace 34 otoños. En la foto en sepia de su álbum está sentadita en un barreño, con poco más de un año, regordeta y desnuda, intacta aún, mirando a la cámara como esperando que llegue algún hermano gracioso y le eche un cubo de agua por encima. La foto en color de arriba es de este mes, en su casa alicantina de Ibi. Entre una imagen y otra hay un incendio lento y devastador, una enfermedad rara denominada porfiria eritropoyética de Günther que, a pesar de su saña, no le va a robar las sonrisas al álbum. "Tienes dos opciones. O te quedas en casa llorando o sales. Elegí la segunda. No sé si es la más inteligente, pero es la que me apetece porque la vida son muchas cosas. Tengo ilusión por la vida. Cada día es único, diferente, irrepetible...". -Bueno, ¿te parece entonces que hagamos el reportaje? -Fíjate, podría decirte que no. Porque a mí no me va a servir para nada. La solución no creo que me llegue. Pero creo que tengo que dar la cara por la gente que viene detrás.Fue a los seis meses de vida de Fide cuando la porfiria se presentó en la familia como esos golpes de aire que hacen abombarse las cortinas, algo invisible que entra. Los pañales de la cría delataban orinas rojizas; las manos se empezaron a ampollar sin más. Estaban en Almería y era verano de castillos en el aire y en la arena. Las primeras vacaciones de la niña. Buenos días, porfiria. "Después de meses de pruebas, cuando a mis padres les dijeron lo que tenía, se les cayó el mundo encima. Luego vino el silencio, el no saber nada, apenas hay información. Y la pregunta: '¿Y ahora qué?'". Ahora qué. Ahora sabe Fide, como Sócrates, que sólo sabe que nada sabe: una enfermedad hereditaria con dolorosas erosiones, en ocasiones con anemia y lesiones en los ojos, con destrucciones óseas y cartilaginosas, sobre todo en rostro y manos, mutilante. Y que te marca a hierro candente de por vida.Ir al colegio no fue fácil. Iba a otro ritmo, me pasaba trimestres sin ir por los dolores, a lo mejor estaba seis u ocho meses casi sin poder andar, por lo que dejé de estudiar al acabar EGB", evoca esta empleada de seguros. "Recuerdo que cuando tenía cuatro o cinco años conservaba las manos aún y la cara perfecta. Esto es muy lento. Te aparecen heridas y más heridas. No salía al recreo por no caerme, porque con las heridas vas perdiendo carne que no se recupera. En el mundo había chinos, bajos, negros, gordos... Pues yo era así, diferente". La vida consistía en la transfusión quincenal de sangre de papá, en una sorpresa a cada mes en el espejo y en una sensación de ir sola en un bote, no se sabe dónde, en mitad de un océano negro con fauces de cuchillo.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

O que e purfiria?

PORFIRIA
VAMPIRISMO é o assunto da moda que deixou de ser confundido com a doença PORFIRIA ha dois séculos.(Pelo menos para a Medicina...)
PORFIRIA é uma doença que foi descoberta no séc XIX e cujos sintomas, anteriormente, eram confundidos com a prática do"vampirismo", superstição muito cultuada na época. Devido a propenção de se contrair a doença Porfiria ser transmitida hereditáriamente ,levando-se em conta que era habitual o casamento consanguínio na região dos balcãs na Europa, na época era grande a incidencia desta doença e,portanto, foi nesta região que surgiram as lendas de praticas de vampirismo, lobizomem, Drácula , etc. O motivo é que as pessoas que apresentavam os sintomas eram tratadas com o tradicional procedimento da "sangria" , o que as levava a crises anêmicas que, por sua vez , eram tratadas com ingestão de sangue fresco de animais. Daí a associação com a prática do "vampirismo".

Pessoas com purfiria cutânea e porfiria aguda.








Porfiria cutânea
As porfirias eritropoiéticas afetam primariamente a pele, levando a fotossensibilidade, bolhas, necrose da pele e gengivas, prurido, edema e aumento da pilificação (crescimento de pêlos) em áreas como a fronte.
Em algumas formas de porfiria, o acúmulo de precursores do heme excretados pela urina podem mudar sua cor, após exposição ao sol, para um vermelho ou marrom escuros, ocasionalmente até um tom de púrpura. Também pode haver acúmulo dos precursores nos dentes e unhas, levando-os a adquirir uma coloração avermelhada.






Porfiria aguda
As porfirias hepáticas com manifestações agudas afetam primariamente o sistema nervoso central, resultando em dor abdominal, vômitos, neuropatia aguda, convulsões e distúrbios mentais, incluindo alucinações, depressão, paranóia e ansiedade. Se houver acometimento do sistema nervoso autônomo, podem ocorrer constipação, elevação ou queda da pressão arterial, taquicardia e outras arritmias cardíacas. Em casos mais graves, pode ocorrer distúrbio eletrolítico com hiponatremia, paralisia do bulbo cerebral com parada respiratória e distúrbio psiquiátrico culminando em suicídio. A fisiopatogenia provavelmente é por efeito tóxico dos precursores de porfirina, o ácido δ-aminolevulínico (ALA) e porfobilinogênio (PBG).




IMAGEMS DE PESSOAS COM PORFIRIA


PorfIria são um grupo de destubio herdado ou adquirido que envolve certas enzimas participantes do processo de sintese do heme.O termo porfIria deriva da palavra purpura que significa pigmento roxo.O nome tambem aparenta ser uma referencia a coloraçao arroxeada dos fluidos corporais do paciente durante um ataque ou uma convução.

PORFIRIAPorfirias são um grupo de distúrbios herdados ou adquiridos que envolvem certas enzimas participantes do processo de síntese do heme. Estes di

Porfirias são um grupo de distúrbios herdados ou adquiridos que envolvem certas enzimas participantes do processo de síntese do heme. Estes distúrbios se manifestam através de problemas na pele e/ou com complicações neurológicas. Existem diferentes tipos de porfirias, atualmente sendo classificadas de acordo com suas deficiências enzimáticas específicas no processo de síntese do heme.

O termo porfiria deriva da palavra grega πορφύρα, porphura, significando "pigmento roxo". O nome também aparenta ser uma referência à coloração arroxeada dos fluidos corporais dos pacientes durante um ataque.[1]

A doença é utilizada para explicar a origem dos mitos dos vampiros e lobisomens, devido às similaridades entre os sinais e sintomas da doença com o folclore.

Embora as primeiras descrições da porfiria tenham sido atribuídas a Hipócrates, a doença foi explicada bioquimicamente por Felix Hoppe-Seyler em 1874,[2] e as porfirias agudas foram descritas pelo médico holandês B.J. Stokvis em 1889.[3]



Pacientes históricos

A Medicina moderna tem sugerido que a insanidade demonstrada pelo Jorge III do Reino Unido foi resultado de porfiria. Estudos demonstraram que, devido a endogamia, tanto a porfiria quanto a hemofilia são doenças hereditárias que afligem a família real inglesa. Estudo sugere que James I, Maria I, Rainha Anne, Charlotte, duquesa de Saxe-Meiningen e o Príncipe William de Gloucester também eram porfíricos. Um novo estudo também sugere que Vincent van Gogh tenha sofrido de porfiria aguda intermitente [6]. Sugere-se que o Rei Nabucodonosor da Babilônia, e o escultor brasileiro Aleijadinho[7] também tenham sofrido da doença.


Sinais e sintomas

Existem dois principais tipos de manifestações clínicas características das porfirias, a aguda e a cutânea.

Porfiria

As porfirias hepáticas com manifestações agudas afetam primariamente o sistema nervoso central, resultando em dor abdominal, vômitos, neuropatia aguda, convulsões e distúrbios mentais, incluindo alucinações, depressão, paranóia e ansiedade. Se houver acometimento do sistema nervoso autônomo, podem ocorrer constipação, elevação ou queda da pressão arterial, taquicardia e outras arritmias cardíacas. Em casos mais graves, pode ocorrer distúrbio eletrolítico com hiponatremia, paralisia do bulbo cerebral com parada respiratória e distúrbio psiquiátrico culminando em suicídio. A fisiopatogenia provavelmente é por efeito tóxico dos precursores de porfirina, o ácido δ-aminolevulínico (ALA) e porfobilinogênio (PBG).

Os ataque da doença podem ser desencadeados por drogas (como barbitúricos, álcool, drogas, sulfa, contraceptivo oral, sedativos e certos antibióticos), outros agentes químicos e certos alimentos. O jejum também pode desencadear os ataques, pela queda na glicemia.

Os pacientes com porfirias hepáticas (PCT, AIP, HCP, VP) estão em risco aumentado de terem carcinoma hepatocelular (câncer de fígado) [8] e podem precisar de monitoramento. Outros fatores de risco típicos para o câncer de fígado não precisam estar presentes, como a hepatite B ou C, excesso de ferro ou cirrose de qualquer etiologia.

Devido aos diversos tipos e a ocorrência relativamente incomum de porfiria, geralmente a porfiria não é a primeira suspeita diagnóstica, o paciente pode inicialmente ser suspeito de ter outra doença não-relacionada. Por exepmlo, a polineuropatia da porfiria aguda pode ser confundida com a síndrome de Guillain-Barré, e os exames de porfiria são geralmente recomendados nestes casos.[9] O lúpus eritematoso também apresenta fotossensibilidade e ataques de dor, além de compartilhar diversos outros sintomas com a porfiria.[10]. Entre os pacientes com diagnósticos de distúrbios psiquiátricos, a incidência de exames positivos para porfiria aguda intermitente chega a ser de 1 para cada 500 casos [11], muito acima da média, o que sugere que muitos "pacientes psiquiátricos" são na realidade portadores de porfiria não tratada.


Porfiria cutânea

As porfirias eritropoiéticas afetam primariamente a pele, levando a fotossensibilidade, bolhas, necrose da pele e gengivas, prurido, edema e aumento da pilificação (crescimento de pêlos) em áreas como a fronte.

Em algumas formas de porfiria, o acúmulo de precursores do heme excretados pela urina podem mudar sua cor, após exposição ao sol, para um vermelho ou marrom escuros, ocasionalmente até um tom de púrpura. Também pode haver acúmulo dos precursores nos dentes e unhas, levando-os a adquirir uma coloração avermelhada.


Diagnóstico

Estrutura tridimensional da hemoglobina. As quatro subunidades são mostradas em vermelho e amarelo, e o grupo heme em verde.

A porfiria é diagnosticada através de espectroscopia (porfirinas têm um espectro característico de absorção) e exames bioquímicos no sangue, urina e fezes.

Para detecter a porfiria, podem ser necessários repetidos exames durante um ataque e seus ataques subsequentes, já que os níveis podem estar normais ou próximos ao normal entre os ataques.

Como a maioria das porfirias são doenças raras, os laboratórios hospitalares em geral não possuem especialização, tecnologia ou tempo para seus funcionários realizarem o exame de porfiria.



terça-feira, 14 de abril de 2009

A origem da lingua portuguesa.

A origem da Língua Portuguesa FORMAÇÃO HISTÓRICA DA LÍNGUA PORTUGUESA

I. ORIGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA
A língua portuguesa está intimamente relacionada com os acontecimentos históricos que se sucederam na Península Ibérica.
Pouco se sabe acerca dos povos que teriam habitado o solo peninsular antes da chegada dos romanos (séc. III a. C.). De entre esses faz-se referência aos iberos, aos celtas, aos fenícios, aos gregos e aos cartagineses.
A Península Hispânica fora habitada, em tempos muito remotos, pelos Iberos, povo agrícola e pacífico. Por volta do século VI antes de Cristo, este território fora invadido pelos Celtas, um povo turbulento e guerreiro. E a prolongada permanência provocou o cruzamento entre estes dois povos, dando origem à denominação de Celtiberos.
Depois, os Fenícios, os Gregos e os Cartagineses estabeleceram colónias comerciais em vários pontos da Península.
Como estes últimos pretendiam apoderar-se de todo o solo peninsular, os Celtiberos pediram socorro aos Romanos.
ROMANIZAÇÃO DA PENÍNSULA IBÉRICA
É assim que os Romanos invadem a Península, no século III antes de Cristo, com o intuito de travar a expansão dos Cartagineses, dado que estes constituíam uma séria ameaça ao domínio do mundo mediterrâneo pretendido por Roma.
Vencidos os Cartagineses, os Romanos acabaram por dominar toda a Península, tanto no aspecto político-militar quanto no aspecto cultural, nomeadamente no que respeita à língua. A civilização latina foi-se impondo através da abertura de escolas, da construção de estradas e de templos, pela incrementação do comércio, pelo serviço de correio, etc. Consequentemente, a sua língua, o Latim tornou-se indispensável e obrigatório, suplantando os idiomas já existentes.
Mas como é fácil prever, o Latim dos soldados romanos não era o mesmo dos escritores. Era o Latim usado pelo povo, chamado Latim Vulgar.
Já o povo peninsular se encontrava totalmente romanizado, quando, no século V da era cristã, a Península voltara a ser invadida e assolada, desta vez pelo povos bárbaros germanos (alanos, suevos, vândalos, visigodos), gente essencialmente guerreira e de cultura inferior à alcançada ao longo do processo de romanização. Daí que os bárbaros, apesar de vencedores, acabassem por adoptar a civilização e a língua latinas. Mas isto não impediu a dissolução da unidade política do império, uma vez que os bárbaros, basedos no pressuposto de que a instrução fragilizava o espírito bélico dos soldados, decretaram o encerramento das escolas.
Se este facto motivou o enfraquecimento da nobreza romana, somar-se-lhe-ia entretanto um outro que a condenaria ao seu desaparecimento: as letras latinas, preservadas e cultivadas no silêncio dos mosteiros, viriam a ser proibidas por um cristianismo radical e exacerbadamente purificador, por as considerar contaminadas pelo espírito pagão.
TRANSFORMAÇÃO DO LATIM VULGAR EM DIALECTO
À queda e fragmentação do Império Romano sucede-se a supressão dos elementos unificadores do idioma. Isto é, o Latim Vulgar, já substancialmente modificado pela acção do substrato linguístico peninsular, perde progressivamente terreno e desenvolve-se diferentemente em cada região. Isto equivalerá a dizer que o Latim vulgar se dialectou, sobretudo devido à invasão bárbaro-germânica.
Chegados ao século VII, os árabes, vindos do Norte de África, invadiram a Península. Como a sua cultura era superior à que o povo peninsular possuía, eles tentaram impor a sua língua como oficial. Porém, os habitantes da Península, sentindo as enormes oposições de raça, de língua e de religião que os separavam do povo vencedor, não aceitaram a sua civilização e continuaram a falar o "romance" (o Latim Vulgar, contaminado por diversos substratos). No entanto, algumas povoações acabaram por receber directamente a influência dos árabes, formando uma espécie de comunidades mistas, denominadas "moçárabes", mas mantendo independência quanto ao culto religioso.
Por estas razões se compreende que o povo árabe, cultural e civilizacionalmente superior, não tenha tido, ao longo dos mais de sete séculos de ocupação peninsular (expulsos em 1492, por Fernando de Aragão e Isabel de Castela), uma forte influência no tocante à língua portuguesa. A maioria dos vocábulos que o nosso idioma absorveu desse povo caracaterizam-se pelo prefixo AL, que corresponde ao artigo definido árabe, como documentam os seguintes exemplos: álgebra, algibeira, álcool, alcatifa, alface, algarismo, alfazema, alcachofra, almofada, alfinete, algema, algodão, alqueire, etc.
II. O DESPERTAR DA EMANCIPAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA
O processo de expulsão do povo árabe da Península foi longo e penoso. Nos finais do século XI, sob a bandeira de D. Afonso VI, rei de Leão e Castela, muitos fidalgos acorreram em auxílio do monarca para libertar o reino da presença do infiel. Entre eles destaca-se D. Henrique, conde de Borgonha, que, pelos serviços à coroa e à causa cristã, recebera em casamento a filha do rei, D. Tareja, e, por dote, o governo do Condado Portucalense, um pequeno território situado na costa ocidental da Península, entre os rios Douro e Minho.
D. Afonso Henriques, filho do conde D. Henrique, continuou a luta contra os mouros, pretendendo transformar o reino de Leão e Castela num estado independente. De entre os inúmeros combates, ganhou particular importância a batalha de Ourique, em 1139, quer pela vitória alcançada sobre os árabes, quer também pelo facto de os soldados, antes de se iniciar o combate, terem aclamado D. Afonso Henriques de rei de Portugal. Mas só em 1143 seria reconhecida a independência do Condado Portucalense e D. Afonso Henriques proclamado rei. E daqui nasceria Portugal.
Nessa região, onde fora fundada a monarquia portuguesa, falava-se um dialecto denominado galaico-português, expressão linguística comum à Galiza e Portugal. Mas, à medida que Portugal alargava os seus domínios para Sul, ia absorvendo os falares (ou romances) que aí existiam e, consequentemente, ia-se diferenciando do galego, até se constituirem como línguas independentes: o galego acabou por ser absorvido pela unidade castelhana, e o português, continuando a sua evolução, tornar-se-ia a língua de uma nação.
III. FASES DE EVOLUÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA
Segundo Leite de Vasconcelos, há a considerar na evolução da língua portuguesa três fases: pré-histórica, proto-histórica e histórica.
__ Fase Pré-Histórica: começa com as origens da língua e vai até ao século IX. Entre o século V e o século IX temos o que geralmente se denomina romance lusitânico. Ao longo deste período encontramos somente documentação em Latim Vulgar.
__ Fase Proto-histórica: estende-se do século IX ao século XIII. Nesta fase encontram-se já, nos documentos redigidos em Latim Bárbaro (o Latim dos notários e tabliães da Idade Média), palavras e expressões originárias dos romances locais, entre os quais aquele que dera origem ao Português. Donde se deduz que a língua já era falada, mas não escrita.
__ Fase Histórica: inicia-se no século XII e estende-se até aos nossos dias. Esta fase compreende dois períodos:
1. Período do Português Arcaico: vai do século XII ao século XV.
O primeiro texto inteiramente redigido em português data do século XII. Pensou-se durante muito tempo tratar-se da Cantiga da Guarvaya, também chamada "Cantiga da Ribeirinha", porque dedicada a D. Maria Paes Ribeiro, a «Ribeirinha», amante de D. Sancho I:
"No mundo non me sei parelha,
mentre me for' como me uay
ca ia moiro por uos e ay!
mha senhor branca e uermelha,
queredes que uos retraya
quando uos eu ui en saya!
Mao dia me leuantei,
que uos enton non ui fea!
E, mha senhor, des aquel di' ay!
me foi a mi muyn mal,
e uos, filha de don Paay
Moniz, e ben uus semelha
d' auer eu por uos guaruaya
pois eu, mha senhor, d' alfaya
nunca de uos ouue nem ei
ualia d' üa correa." (colocámos o ü por não dispormos de meios para grafar u com til.)
Cancioneiro da Ajuda
[VOCABULÁRIO: parelha = semelhante, igual; mentre = enquanto, entrementes; ca = pois, porque; moiro = morro; queredes = quereis; retraya = retrate, evoque; que uos enton non ui fea = que então vos vi linda (por litote); mi = mim; semelha = parece; guaruaya = manto escarlate próprio dos reis.]
Porém, o tempo veio provar que o autor desta composição, Paio Soares de Taveirós, se situa no segundo terço do século XIII e não no século XII, como Carolina Micaëlis havia suposto, ao considerar esta cantiga como escrita em 1189 ou 1198.
Para já, tudo parece indiciar que a a Notícia de Torto (antes de 1211?) e o Testamento de Afonso II (1214) serão os mais antigos documentos não literários escritos em Português. Quanto às composições de carácter literário, pensa-se que João Soares de Paiva, a quem se deve uma cantiga de maldizer, segundo López Aydillo datada de 1196, terá sido o primeiro poeta a escrever em idioma português.
A partir dessa altura, aparecem outros textos de poesia e, mais tarde, surgem os primeiros textos em prosa.
As poesias reunidas nos "Cancioneiros" e as "Crónicas" de Fernão Lopes, Gomes Eanes de Zurara e Rui de Pina são textos que documentam este período arcaico.
Em 1290, D. Dinis, o rei 'Trovador', torna obrigatório o uso da língua portuguesa e funda, em Coimbra, a primeira Universidade.
2. Período do Português Moderno: do século XVI até aos nossos dias.
Por influência dos humanistas do Renascimento, o século XV ficou marcado por um aperfeiçoamento e enriquecimento linguísticos. Ao mesmo tempo que se procurava, ao nível das artes e das Letras, imitar os modelos latinos, tentava-se igualmente aproximar a Língua Portuguesa da língua-mãe. Como a coroar esse processo, aparece, em 1572, a obra de Luís de Camões, «Os Lusíadas», marco histórico do nosso idioma e monumento literário e linguístico.
É neste mesmo século que surgem as primeiras tentativas de gramaticalização da língua. Fernão de Oliveira edita, em 1536, a primeira Gramática da língua portuguesa, intitulada «Gramatica da Lingoagem Portugueza». Em 1540, João de Barros escreve, com o mesmo título, a segunda gramática da língua portuguesa.
A partir do século XV, através da expansão marítima, os portugueses descobrem novas terras e a elas levam a sua língua, estendendo deste modo o espaço geográfico em que a Língua Portuguesa serve, com mais ou menos alterações relativamente à do povo que a divulgou, de língua de comunicação em várias nações do mundo.